Como os canadenses falam meu nome

Pessoas que tem nomes diferentes assim como o meu sofrem. É um tanto normal você precisar repetir uma, duas, três vezes seu nome até as pessoas entenderem. E nos piores casos, eles ainda não entendem e acabam chamando pela forma mais parecida possível, no meu caso, “JONATAN”. Eu poderia gritar, xingar, esbravejar, mas prefiro pensar comigo mesmo que essa pessoa está me chamando de “JONATAN” porque sofre com sérios problemas de concentração, principalmente por usar uma leitura dinâmica 99% do tempo (não me pergunte o que acontece com o 1% restante), preenchendo espaços que ela acredita serem nulos com letras inexistentes, no caso, colocando um “N” onde não existe. Consequentemente entendendo que a pessoa pode estar sofrendo com problemas psicopedagógicos, eu prefiro atender por “JONATAN” mesmo, até que um dia a pobre criatura vai perceber o próprio erro, coisa que pode acontecer tarde demais.

Fiquei muito surpreso quanto a facilidade da maioria das pessoas entender meu nome aqui em Toronto, inclusive a galera que vem de outros países latino-americanos ou mesmo da Europa e Ásia. Não que eu possa dizer “Nossa, como essa gente sabe falar bem J-O-A-T-A-N”, mas prefiro o jeito que eles falam ao ser chamado toda a vida de “JONATAN”. Logo no primeiro dia de aula já fiquei feliz porque precisei repetir no máximo duas vezes meu nome aos professores (uma a menos que no Brasil). Porém, acabei usando uma estratégia diferente na pronûncia. Como aqui as pessoas já estão acostumados com nomes como “John”, “Joe” ou “Jonny”, sendo que devido ao emprego da sílaba “JO” em inglês a pronúncia fica “DIÔ”, comecei e pronunciar “DIOATAN”. Obviamente alguns ainda perguntam “What? DIONATAN?”, mas respondo que é “DIONATAN” sem a letra N, e problema resolvido.

Essa semana fui almoçar no Subway (fast food, não metro, considerando que metro aqui é chamado de subway) e no caixa a moça perguntou qual era o meu nome pra colocar no cupom e chamar quando o lanche estivesse pronto, respondi conforme a “pronúncia local”. Ela completou “Oh, just JOE, ok? – [Apenas JOE, certo?]”.

Quem sabe os canadenses não estão tão preparados assim como pensei pra pronunciar meu nome. Contudo, ressalto que ainda é melhor ser chamado de “JOE” na fila de um fast food estrangeiro ao que ser chamado de “JONATAN” diversas vezes no Brasil, incluindo consecutivas e pela mesma pessoa, as quais provavelmente sofrem dos problemas relatados no início do texto.

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