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Sabe que horas passa o Canela?

Todos os dias pra ir trabalhar, pego um ônibus exclusivo para o pessoal da empresa. É um fretamento, resultado de um acordo entre a empresa e a companhia de ônibus. Geralmente o motorista é o mesmo, consequentemente já conhece todos os passageiros e suas respectivas paradas. Semanas atrás, no ponto em frente a UPA de Canudos, ainda aqui em Novo Hamburgo, o coletivo parou, abriu a porta e uma voz fina, de criança, perguntou: “Sabe que horas vem o Canela?”. Não escutei nenhuma resposta, provavelmente o motorista apenas comprimiu os ombros, fazendo sinal de que não sabia.

As meninas que sempre embarcam nesse trecho, entraram comentando: “O gurizinho pergunta do Canela pra todo o ônibus que passa.” Fiquei imaginando aquela criança. Talvez tivesse uns 10 ou 11 anos. Realmente não consegui ver, mas penso que ele poderia estar vestindo uma camiseta azul com alguma estampa qualquer. Uma bermuda quadriculada, caindo pelos joelhos. Na mão, uma sacola plástica talvez com algumas roupas e um pacote de bolachas. Poderia estar acompanhado, a mãe segurando o irmão menor nos braços, a tia sentada no banco, ou ainda a avó, usando um vestido surrado, também azul, mas todo florido, segurando uma pequena bolsa pendurada no ombro direito.

O menino não estava preocupado. Estava lá, firme e forte, tentando descobrir o paradeiro do ônibus que levaria ele e sua família pra Canela. Ele continuaria perguntando, perguntando e perguntando. Poderia demorar mais 10, 20, 30 minutos ou mais. Ninguém sabe dizer ao certo. O menino apenas continuaria perguntando que horas viria o ônibus que vai pra Canela.

Três conselhos para seguir

1. Não prometa quando estiver feliz.

2. Quando estiver irritado, não responda.

3. Não decida quando estiver triste.

Como você trabalha?

Se você trabalha por dinheiro, você nunca vai conseguir isso. Mas se você ama o que você está fazendo, sempre colocando o consumidor em primeiro lugar, o sucesso vai ser seu.

Concordo plenamente, só nem tanto com a parte sobre “colocar o consumidor em primeiro lugar”. Acho que essa ideia merece suas ressalvas. Claro que o sustento de qualquer negócio deve estar em primeiro lugar, mas convenhamos, as vezes infelizmente as pessoas abusam.

Fonte: compartilhado por algum contato via LinkedIn

Um Brasil onde você é cidadão

Dizem por aí que todos tem direito a cidadania. Fazem diversas ressalvas e defendem os benefícios que esse título resguarda. Mas o curioso é analisar a dificuldade que os brasileiros tem para exercer esse direito no próprio país.

Afinal, todo mundo pode ter um carro, uma moto ou um celular, esses bens são daquela pessoa que comprou e pagou cada parcela, resultado de muito sacrifício. Mas a alegria acaba quando algum babaca de rua aponta uma arma na cabeça do cidadão e leva o que ele demorou anos pra conseguir. Todo mundo também pode ter uma casa, exercendo seu direito de cidadão, até chegar alguém, enquanto o dono estiver fora, invadir, e alegar que a partir do momento que colocou o pé na porta, mora no lugar, recebendo o direito de ficar, até algum juiz qualquer conseguir entender, com muita sorte, que aquela pessoa, o tal invasor, não tem direito algum naquele imóvel. A galera que paga impostos abusivos, impostos sobre impostos, cobrados por cada insumo, também é cidadão, mesmo que o valor seja exorbitante, e o investimento que foi prometido para aquela arrecadação não descola do papel, caindo por número de votos em uma assembleia qualquer, formada por gente de má-fé, eleita por um surto de mau gosto.

O texto abaixo é um “motivador” para pessoas que querem abandonar o Brasil e morar fora. Não quero abarrotar os ouvidos de ninguém com mil e um motivos pra largar a vida daqui. E por sinal, até não concordo com alguns pontos descritos no artigo. A questão é que a vida aqui é complicada. E as coisas vão demorar muito até “entrarem nos eixos”. Talvez muitas gerações ainda vão sofrer. E a nação ainda vai “quebrar muito a cara” até descer do pedestal sustentado por um sistema que não funciona.

Jornal NH (edição impressa – 15/01/13)

Aos interessados, indico também o podcast Braincast 88 – Vivendo no Exterior, agregando mais algumas informações ao tema em questão.

Viver ou Juntar Dinheiro?

Já faz algum tempo que estava com esse artigo guardado pra qualquer dia desses publicar. Na realidade nem lembrava mais, esses dias, navegando por uma e outra pasta, esbarrei com ele, então, segue aí:

Fonte: compartilhado pela Luma Fritsch via Facebook

Ano Novo, vida nova! Mas será?

Prefiro definir a virada de ano apenas como mais uma data. Afinal, é realmente só mais uma data. Muita gente tem o hábito de definir planos para o ano seguinte, metas para cumprir, coisas que ficaram pra trás no ano que passou. Acho isso ótimo, mas mesmo assim, prefiro não considerar nenhuma mudança repentina, pois tem coisas que a gente só acredita quando acabam acontecendo.

Tem gente que fica a vida toda tentando começar um regime: “Ah, na próxima segunda-feira vou começar minha dieta!”. Passa uma, duas e quantas segundas-feiras a pessoa quiser, e nada da tal dieta. Aí você fica intrigado e pergunta o que anda acontecendo pra não começar a prometida, então a pessoa responde: “Ah, é que toda a segunda-feira que passa, eu esqueço!”. Bom, mas será que precisa ser segunda-feira pra começar uma simples dieta?

Não existe dia, mês, muito menos ano pra mudar. As mudanças dependem de cada pessoa. Cada um conhece suas necessidades, os pontos que precisam melhorar, além do que precisa ser ajustado. Quem ainda desconhece essas dificuldades, deve ir atrás e descobrir.

Ano Novo é apenas uma data, uma referência, um número a mais que vai aparecer no calendário. Merece respeito, e eu respeito. Talvez de certa forma, bem lá no fundo, até não deixo de acreditar em toda a magia por trás dessa passagem, mas na vida não temos tempo pra esperar um ano passar, se precisamos renovar, que seja feito agora.

Feliz 2014!

The Red Three

Sem demais, apenas assista:

The Red Three by Shaun Tan

 Fonte: compartilhado pelo amigo Alexandre Carvalho via E-mail

There is no place like…

Partindo do princípio que você já está dentro de casa, alguém aí discorda?

Me dá 5 pila, aí!

Uma coisa que irritava muito durante o tempo que estive viajando foi a quantidade de mendigos, moradores de rua, homeless (ou seja lá como devemos chamar essas pessoas) que encontrei pelas ruas de grandes centros urbanos, como Toronto, Montreal e Ottawa. Obviamente o incômodo não era o fato de conviver com esse pessoal, mas perceber que até países considerados “primeiro mundo” enfrentam esses problemas, provavelmente fugindo do controle deles, sem saber como tratar essa vulnerabilidade social. Bastava uma simples caminhada por zonas movimentadas da cidade para encontrar uma meia dúzia de homeless, segurando aquelas clássicas plaquinhas (igual nos filmes americanos), exibindo qualquer frase comovente, tudo pela esperança de conseguir alguns trocados. Alguns outros são menos apelativos, apenas esboçando: “One change, please!”. Muitas pessoas ignoram, outros respondem com um: “No change!”. Eu era mais audacioso, claro que não por maldade, mas em tom de brincadeira mesmo, respondendo: “I don´t have any change! I´m a poor like you!”. E cá entre nós, não lembro se já falei por aqui, além de compartilhar com os amigos nas conversas, mas durante a viagem eu sempre estava com a grana contadinha. Qualquer gasto fora do comum, inclusive CAD$ 1 dólar doado pra um homeless, poderia fazer falta, pois com esse CAD$ 1 dólar eu poderia pagar meu almoço ou quem sabe metade dele.

Não relembrando essas situações, até porque os homeless canadenses, apesar dos pesares, costumavam ser “educados”, mas compartilho apenas para introduzir o fato ocorrido essa semana envolvendo um morador de rua. Eu estava caminhando em direção ao ponto pra pegar o ônibus, quando fui abordado por um mendigo. Sem surpresa alguma, ele pediu R$ 1 real e obviamente eu falei que não tinha. Ele insistiu, ficando abismado com minha resposta (como alguém não tem R$ 1 real???), e como resposta a indignação dele, seguiu caminhando do meu lado, conversando meio sozinho e falando: “toi indú fazê um cuiso lá im Poito Alegui…”, quando nisso, eu ameacei atravessar a rua, e mais uma vez indignado por ser ignorado, o indivíduo parou na minha frente com uma colherzinha de café expresso na mão, soltando: “Si tu não me dé 5 pila, vô ti fura!”. Desviei dele, quase retrucando: “E eu vou enfiar isso aí no teu rabo!”, atravessando a rua. Sem admiração, o cara saiu bravo, chutando uma lixeira.

Se a minha atitude foi correta ou não, isso já é outra história, e se eu precisar explicar, defendendo meu comportamento, não vou conseguir fugir daquele blá, blá, blá, envolvendo problemas sociais e coisas do tipo, conversa que vai ficar pra outra postagem.

E aí, o que vão fazer no ano novo?

Semana passada eu estava na fila do banco. Ao contrário de ficar com os fones entupindo as orelhas, resolvi pendurar o acessório e ficar escutando as conversas alheias. Observei um rapaz com atitude meio tímida chegando próximo de uma moça e soltando um “Oi!”. Ela toda empolgada e receptiva respondeu “Oi!!! Tudo tem? Quanto tempo…”. Os dois ficaram conversando por cerca de uns 3 ou 4 minutos, enquanto o rapaz contava que estava namorando e a moça retrucava dizendo que havia voltado pra casa do pai. Ficaram de marcar um almoço, mas antes disso ela perguntou: “E aí, o que vão fazer no ano novo?”.

WHAT??? Ano novo? Como assim? Quer dizer que o ano já está acabando e ninguém avisou nada? Fuutz! Mas essa é a verdade. Faltam 44 dias pra acabar essa bagaça. Parece que foi ontem que 2012 estava dizendo adeus e mais um ano começava e com ele novos projetos e novas expectativas balbuciavam nas nossas cabeças. Era tempo de renovação. E agora, mais uma vez, o ciclo recomeça, trazendo consigo esses clichês que a gente faz questão de seguir.

Ainda é cedo pra fazer toda aquela reflexão questionando sobre o que foi feito e o que ficou pra trás durante os meses que passaram. Tem gente que prefere dedicar a última semana de dezembro pra isso, outros ainda deixam pra clamar por mudanças e por uma vida melhor lá por volta das 23:55 do dia 31 de dezembro, afinal, como diria o ditado popular: ano novo, vida nova!